30/03/2023 Por 3S Corp 0

Bancos centrais de Brasil e China firmam acordo para conversão direta das moedas dos dois países em operações comerciais

O Banco Central brasileiro informou, em 29 março, que assinou um memorando de entendimentos com Banco Central da China (PBC) para viabilizar um instrumento financeiro que permita que as transações sejam feitas em yuan, moeda chinesa, e convertidas em reais de “forma mais rápida e menos custosa”.

Com isso, não será necessário intermediar as operações comerciais entre os dois países com a moeda norte-americana, o dólar. O BC não informou, até o momento, quando o novo arranjo de pagamentos estará disponível para as empresas.

A China é, desde 2009, o maior parceiro comercial do Brasil. Em 2022, segundo dados oficiais, a corrente de comércio (exportações e importações juntas) atingiu recorde de US$ 150,5 bilhões.

De acordo com o BC, o acordo prevê que o PBC (BC chinês) indique, de forma discricionária (por sua escolha) uma instituição autorizada a operar em câmbio no Brasil para atuar como uma “offshore clearing bank no Brasil”.

“Essa é uma iniciativa chinesa já presente em mais de 25 países, a primeira iniciada em Hong Kong em 2003”, informou a instituição.

O BC informou, ainda, que a implantação do arranjo no país tem o potencial de trazer os seguintes benefícios para os modelos de negócio que envolvem a utilização do yuan no Brasil:

  • aumento da liquidez local de yuan;
  • manutenção de reservas cambiais em moeda forte no país;
  • redução de intermediários nos pagamentos internacionais;
  • aproximação do sistema de pagamentos local ao chinês, com aumento da eficiência operacional em termos de redução de custo e tempo.

Segundo o BC brasileiro, as operações, dentro desse novo modelo, estão asseguradas a subordinação à nova lei cambial, às regulações infralegais pertinentes, às normas jurídicas referentes à autorização, à regulação, à supervisão e aos sancionamentos de eventuais modelos de negócio a serem desenvolvidos ou incrementados após a celebração do memorando de entendimentos.

Fonte: g1.com