Desafios e oportunidades no comércio exterior em 2023
O cobiçado mercado externo traz muitos desafios para as empresas brasileiras, mas também muitas oportunidades. Com o devido planejamento e boas estratégias, é possível ampliar presença mundo afora. A exportação é, sim, um processo que envolve muito mais burocracias do que a venda para o mercado interno, além de trazer a barreira do idioma e das diferenças culturais.
Mas, além do potencial ganho financeiro diante de câmbios favoráveis, a atuação internacional melhora a imagem da empresa com fornecedores, bancos e clientes e isso se reflete, também, em suas operações no mercado interno.
Ao exportar, a empresa ainda agrega ao seu portfólio um diferencial de qualidade e competência, pois precisa adequar seus produtos aos padrões do mercado externo. E o mercado internacional tem atraído, cada vez mais, também médias e pequenas empresas, dos mais distintos segmentos. Nos primeiros passos para vender ao exterior, uma das etapas mais importantes é a identificação de seu mercado-alvo.
É preciso considerar fatores como câmbio, concessão ou não de incentivos fiscais por parte do governo brasileiro, existência de barreiras comerciais, custo do frete, questões culturais e políticas. A perspectiva é estabelecer relações comerciais duradouras e não apenas uma venda eventual.
Neste ano, as principais variáveis globais que podem influenciar as vendas brasileiras no mercado internacional são as políticas monetárias dos bancos centrais dos Estados Unidos e da Europa, a Guerra na Ucrânia e a postura Covid Zero e a orientação da política econômica da China. Isso considerando apenas os fatores macro que abrangem os grandes compradores do mercado mundial.
Entre as tendências e oportunidades, vale ressaltar a valorização das práticas de ESG (baseado no tripé Ambiental, Social e Governança Corporativa). Diversas empresas e países exigem políticas bem definidas nessas áreas para que possam negociar venda e compra de mercadorias.
O mercado internacional também aposta nas mudanças nas cadeias de suprimentos. A pandemia mostrou que as cadeias de suprimentos globais são vulneráveis.
Como resultado, empresas estão buscando diversificar suas fontes de suprimentos, o que pode levar países a buscarem fornecedores mais próximos ao invés de depender exclusivamente daqueles mais distantes. O que significa que as empresas brasileiras devem olhar com mais atenção também para os países vizinhos. As oportunidades são muitas e o Brasil tem um potencial gigante para aumentar presença lá fora.
(*) Lucas Vogt, administrador e CEO da 3S CORP Soluções Internacionais